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domingo, 30 de maio de 2010

"A Morte dos Sonhos"



"Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso."


                                                                                                      Fernando Pessoa
 
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Prisão de nós mesmos
a falência dos órgão que
permitem o delírio,
Sufoco do ar que esgota
o pulmão
e que aperta na palma da mão
um coração exausto
de batidas

Esgotamento depressivo
dos sonhos
que esbarram em paredes
sem janelas
não lhes permitindo observar
outro mundo
que não o que sonham

Esgar de dor
enquanto o sono reina,
é tão profunda a dor
quanto a dormida
cada noite está perdida
cada noite está contida
onde se encarceram as
doenças da alma

Gasto o sítio
gasto o caminho,
as solas não duram tanto
quanto aquilo que falta percorrer,
faltarão recursos
escassearão percursos
contando que hajam razões
falhará tudo
sobretudo o vazio que
seria de preencher

Entregues à sua sorte
deixo morrer
aqueles que nunca vi nascer

sábado, 29 de maio de 2010

"Homem Árvore"

O tronco da árvore que
rasgou este solo infértil
pertence-me,
mas as raízes que desbravam caminho
não o são,
porque são vontades...

Pertencemos aos desejos
e não o inverso
pelo que a árvore enraizada
é o homem que sou
e o sítio onde estou plantado
me está guardado
embora não prometido

Os ramos que me acresentam
são braços que estendo para
chegar mais longe
e tentar agarrar o
que está fora de alcance

O que é imaginado é a
semente do que sente
e a prisão dos sonhos
é sermos Homens enraizados
cujos ramos não alcançam
o mesmo que as raízes perseguem

domingo, 23 de maio de 2010

"Lucidez"

Acima de tudo reconheço
que desconheço a maior parte das coisas,
posto isto dispo-me de preconceitos
e procuro absorver como
uma esponja
tornando-me apesar de mais pesado
igualmente recheado de
novos elementos suficientes
para clarear o que menos domino

Para lá de onde o chão é falso
e se puxam tapetes
arrisco-me...
sabendo dos prós e contras mas
desconhecendo aquilo de
que são feitos,
dou um passo sem certeza
mas com a firmeza de
quem quer arriscar
e tentar ganhar

Tendo as noções
procuros superar-me com
um elemento surpresa
com mais ou menos de
contributo real,
ser disinto num cenário global
desconhecendo tanto quanto
aquilo que conheço

Arrisco-me de novo
enquanto penso
se será possível conhecer
seja o que for na vida?!

domingo, 9 de maio de 2010

"Sonhar Alto"

 - Perseguir os sonhos até à última réstia de esperança... SEMPRE!!

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Numa conversa mais emotiva
ganho ânsias e cozinho as receitas
que farão mim um vencedor,
ignorando limites e
esquecendo impedimentos,
Nestes momentos estou acima
e lá do alto todas as coisas
são pequenas o suficiente
para que as aperte na palma da minha mão!

Dialogando menos e
ouvindo demais,
bebendo da em copos de cristais
recebo a experiência
de quem já tem uma volta de avanço
e fico nas nuvens...
Em pesadelos ou sonhos
constato que duramos o suficiente
para ter o que baste para contar

Por um escasso período
olho para os meus sonhos e
não os reconheço como tal,
olho para eles e não se apresentam
como nada transcendental
mas como naturais objectos
em que irei pegar para adornar
a minha vida

Não caindo no erro
permaneço humilde,
apenas uso e abuso destes
escassos momentos em
que os sentimentos mandam
mais que a razão
e o sonhos são realidades
não ameaçadas pela ilusão!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"Estou de saída"

(Meio morto, meio cansado...)

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Encho o peito de ar
e saio de casa,
fecho a porta com cuidado
para não a acordar
e saio,
saio do prédio
e sigo direito aos transportes
que me levam rápido demais
para o mesmo sítio
de sempre
de onde quase nem parece que saio...

Quando saio,
saio exausto das contrariedades
problemas e dificuldades
de um dia intenso
imenso num espaço temporal
que nem é tão grande quanto
se assemelha,
quando saio,
saio vitorioso por cumprir
com a responsabilidade
mas derrotado pelo cansaço
e debilitado pela exaustão,
saio fazendo questão
de sair com barulho
para fazer notar que cumpri!

Saio do prédio,
ponho um pé na rua
e encho o peito de ar,
expiro em seguida
saboreando o alívio
e sigo direito aos transportes
que me levam já sem pressa
para o sítio de onde parece
que apenas saio...

Ela não está...
mas entro com barulho para
fazer notar que cheguei
que estou de volta,
encho o peito de ar no silêncio
e parece que me enconsto
ao mesmo tempo que me levanto
para sem barulho
Sair...

sábado, 1 de maio de 2010

"Queda"

Estatelo-me de costas
após embater violentamente
numa parede que
ali não estava anteriormente...
Jazo dormente...
somente porque não tive
uma rápida reacção
á surpresa,
sofro pela dureza de um embate
agonio-me com a dor
sem ninguém que me trate

Esboço um tímido erguer
cancelado à partida
e deixo-me ficar á
espera de ser notado
estatelado... por culpa própria
maltratado...
Lambendo as feridas de
cão abandonado
atropelado por um comboio
de emoções

Embati desamparado
numa parede que já cá
não está,
num ilusionismo perfeito
demonstrativo da realidade
em que as coisas que nos travam
e magoam de verdade
estão dentro daquilo que não se vê!