Fernando Pessoa
------------------------------------------------------------------------
Prisão de nós mesmos
a falência dos órgão que
permitem o delírio,
Sufoco do ar que esgota
o pulmão
e que aperta na palma da mão
um coração exausto
de batidas
Esgotamento depressivo
dos sonhos
que esbarram em paredes
sem janelas
não lhes permitindo observar
outro mundo
que não o que sonham
Esgar de dor
enquanto o sono reina,
é tão profunda a dor
quanto a dormida
cada noite está perdida
cada noite está contida
onde se encarceram as
doenças da alma
Gasto o sítio
gasto o caminho,
as solas não duram tanto
quanto aquilo que falta percorrer,
faltarão recursos
escassearão percursos
contando que hajam razões
falhará tudo
sobretudo o vazio que
seria de preencher
Entregues à sua sorte
deixo morrer
aqueles que nunca vi nascer