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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"Palavras Geladas"

Queima-se a língua
no gelo das palavras
cortantes,
rasga-se o manto
que cobria as frases
e as ornamentava de
tuneis com luz no fim

Num surto epidémico
espalha-se o gelo
e o Sol desmaia
em cama de nuvens,
num quarto cinzento
chove dos olhos
de quem gelou
e se arrepiou de frio
com as farpas das verdades
cuspidas num trovão
libertado num duro discurso

Gela o sangue
quase rasgando veias,
quase colapsando um bater cardíaco,
em teias emaranhadas
expulsam-se inconsciências
que exigem ficar envoltas
na confusão,
num quarto cinzento
por mais que um momento
ouviu-se gelar um coração!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

"Saber vago..."

Não sei e
acanho-me,
ignorando as coisas
sou retribuído de
sabedoria
e as coisas não sabem de mim

Desconheço de facto
e aquilo que conheço
é-me familiar de alguma forma
ou tenho ideia de já ter visto,
vislumbro qualquer indício
de já ter visitado
este ou aquele sentir
mas não lhe reconheço
a origem

Caminho sem bases
passo a passo,
percorro as fases
ignorando os capítulos,
sabendo pouco
e conhecendo menos
mas sentindo que algumas
situações são novas
mas não a estrear!

Vividas em metades
meias mentiras
meias verdades,
as escolhas são variedades
limitadas àquilo de que sou sabedor,
com muito ou pouco sabor
provo de tudo
aquilo que me prova,
para guardar o saber
de quem não sabe mais
que os momentos são curtos
ou longos demais
e as coisas softs
podem ser mais duras que pedra

Não sei de facto
nada que me permita
dizer que sei,
mas reconheço que
há coisas que me conhecem
de gingeira,
melhor do que algum dia
me conhecerei a mim!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

"Intermitência"

A falta está quebrada
por intermitências agradáveis,
grato recuso as mão estendidas
que em fantasia me procuram,
as mãos que me seguram
são as mesmas que me largaram

Inconstante...
estas marés de bons apontamentos
não passam de momentos
trazidos e levados
pelas ondas que definem
o curso do meu percurso

Recuso as mãos estendidas
mas ofereço as minhas
para que fiquem sozinhas

domingo, 7 de fevereiro de 2010

"Horas Mortas"

Em perfil de assassino
mato os meus minutos
ainda antes que eles nasçam
não lhes permitindo que vivam
ou existam de facto,
Em crueldade espelho
a maldade atroz
de tirar a voz
à mensagem que me haveria
de ser entregue
não a tivesse eu entregue
ao nada
permitindo que nada se passasse

Em pele de malfeitor
estagnei as horas e
parei o tempo,
as horas mortas fui eu que as
matei...
sem remorso... mas com pena...

e agora que eu queria
não tenho como ter tempo
sem me sentir culpado

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

"Fast Forward"

Cada um com as suas "paixões" mas as minhas são vividas em queda livre...

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Universo gritante
em que vivo envolto
e solto....

Disfruto do fruto
proibido para alguns
que são nenhuns para mim,
vibro!
Mundo aceso
preso a nada
solto...
Onda de tudo
força impetuosa
saborosa!

Em paralelo
com a vida a que
chamam de vida,
está em mim embutida
essa pujança de um sentir diferente
estremeço com o gritar
de um som
que é mais que música para
os meus ouvidos

Pulsante,
o sintoma contangiante
que eu pego de mim
para mim,
outros tantos que existam assim
viverão igualmente famintos
de mais outros tantos instintos
como estes que impõem
o abuso de um momento
vivido a cem por cento!

USO! e abuso!
VIbro! GRIITOO!!...
Alucino e transporto-me...

só desço à terra quando a música terminar...