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sábado, 27 de março de 2010

"Entre Dentes"



- A todos os que sofrem de patologias como a Paixão, o Amor e derivados deixo o meu testemunho, desejando que nunca dêm o vosso lugar ao Sol como garantido mas sem esquecer nunca também que ao vosso lado poderá estar não a única mas uma das mais fortes razões de viver e gozar cada milésimo de tempo que passe como se fosse o último... Parece um chavão?!...Talvez... Sinceramente não me interessa, interessa-me viver, mas viver a sério!


P.S. - (É obvio que este Entre Dentes é mais que Teu!) ;D

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Entre dentes soprei-te
as verdades que pareciam mentiras
e contei-te os segredos que
nem eu conhecia,
guardei as iguarias que haverias
de provar se assim o quisesses...

És Mulher!
Mulher de Facto!
... e como tal vincas os traços
de uma personalidade
forte nas faces do meu cubo,
é assim que descubro
que não existem meias palavras
nem meias medidas
para lidar com o mundo dos outros

A medo baixinho dir-te-ia
que receio perder-te um dia,
sem receio desato aos berros
que só desistirei de ti a ferros!!!

Nunca existiu simplicidade
nesta novela que é o Amor,
nesse enredo complexo
insisto na conquista diária
de um espaço
de um passo na direcção certa

Tu guardas os teus trunfos orgulhosa
e eu nunca te mostrarei os meus...

Entredentes falo contigo como
se falasse com quem não existisse,
como se falasse sozinho
e aquilo que ouves são rascunhos
de poemas que escrevo
para mim mesmo,
falo contigo como falo comigo
...entredentes...

Não espero de ti uma boleia caridosa
que me leve sem esforço ao topo,
porque és Mulher!
Seria não te respeitar
se não lutasse por ti
se não fincasse o pé
se não me negasse a virar as costas,
porque sou Homem!!
e um Homem luta por aquilo que quer
seja um sonho
um desejo ou aquela mulher
que no meio das outras
falou sem palavras para tudo dizer...

Não esqueço nada
nem os podres,
apenas guardo tudo para saber crescer
agora que somos um
(faço de conta que não sei disso...)

Não és fácil
(perderias a piada...)
És bastante difícil
(e eu não desisto de nada...)
em resumo és muito daquilo
que me falta
mas agrada-me saber
que nunca terás o que eu tenho

Há capítulos atrás desfolhámos
as folhas do que nos definiu
como únicos,
sem contar histórias,
hoje procuro acrescentar
novas páginas
para que leias o meu livro
aberto no peito

Estou por aqui e
aguardo uma palavra tua,
aguardo que atravesses comigo
mais esta rua,
que possamos beber o café no
sítio onde gostamos
e que nos possamos amar como
nos amamos desde sempre!
Aguardo que possamos
assistir a outro concerto
e que possas continuar a ler
assim que eu acabe de escrever,
aguardo que possamos
gozar um com o outro
fingindo desprezo que é
disfarce da paixão,
aguardo que possas ouvir-me
falar demasiado e que
filtres como sempre o realmente importante!

Aguardo que não esperes por mim
e me ataques desde logo
antes que eu respire...

Aguardo ser teu!
mas não me guardes na gaveta
porque eu sou especial
sou um sem igual,
sei-o sem que mo digam
sei-o porque lutei para chegar aqui
com e sem ajudas,
fui intermitente mas
fui insolente ao ponto
de cuspir na cara da má sorte
e nem mesmo a morte
me vai convencer do contrário

Falo contigo como se falasse comigo
porque és um reflexo daquilo que sou,
não tenho reservas para
com aquilo que é meu
por isso o próximo Entre Dentes
será teu!

segunda-feira, 22 de março de 2010

"Voz da Consciência"

Com tanto de besta
como de bestial
chegamos ao Mundo
munidos do essencial
para fazer flores
mas só produzimos espinhos,
nos pormenores mesquinhos
deitamos as horas para
que lá pernoitem
e esquecemos
que são os minutos que contam...

Não há como justificar
a cegueira dos olhos que
nasceram saudáveis,
se ninguém impôs que
a vida fosse vivida dentro
de um quarto escuro,
aceitam-se os descuidos e
as falhas
mas para que servem as tralhas
que aumentam
mas que de facto não acrescentam nada?!...

Existem esforços gastos
em alturas de poupança,
momentos de nítida bonança
que só não o é
por um motivo qualquer que
ainda estará para ser revelado
e mais que isso...explicado...
onde se vai buscar as forças
para as batalhas sem objectivo
que travamos entre gargantas inflamadas?
...
As chuvas de chorrilhos de disparates
inundam e arrasam tudo por
onde passam...
tudo aquilo que levámos tempo
a conquistar,
não tenho palavras para justificar
o que me justifique a mim também,
como é que sabendo que não
somos Ninguém
mantemos a postura de que
somos este Mundo e o outro?...

Lamento os erros
agora que guardei 5 minutos do meu tempo
para descer à Terra,
em breve a Vida me fará levantar voo
para a urgência de um trabalho ou
de uma hora apertada,
e num momento menos sensato
possivelmente vou errar
para me castigar a posteriori
...

Irei levantar as horas
porque para mim são os minutos que contam...

sexta-feira, 19 de março de 2010

"Campo minado"

Procuro não pisar as minas
neste terreno armadilhado
pelo qual circulo meio assustado,
procuro não colocar o pé em falso
e assentar as passadas
em solo firme,
parecem-me areias movediças
aquelas que me puxam
para baixo..

Ergo a cabeça a medo
buscando uma vista do horizonte
que me permita entender se
ando a monte
fugido! ... ou talvez perdido...
aguardano que me achem?!

Sigo receoso
porque sinto que estou
perto de algo perigoso
que me engula sem
tirar de mim o sabor!

Estou apertado pelo
meu peito que fechou o punho
à volta do meu coração,
cortando-me a paz e
a respiração,
desgastando as forças que
ainda restavam...

Refém dos meus medos
cumplice dos meus segredos
rogo para sobreviver

quinta-feira, 4 de março de 2010

"Dia Não"

Desabafamos como podemos ou conseguimos...

Este poema é para os "Dias Não" que todos temos... Um dia de cada vez sempre na Luta!

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O coiçe do meu coração
carrega-me o peito de dor
e sofrer,
porque hoje acordei morto
de boas sensações
sinto que vivo no embalo
das rotinas

Desmembro os meus ideiais
e dispo aquilo que me cobria
de algum interesse,
espero pela hora que
vem a seguir à hora onde estou
na ilusão de que outro momento
possa ter contornos distintos
do momento que passou

Humilho-me e obrigo-me
a reconhecer o fracasso
e não me pemito nem mais um passo
sem que retroceda dois ou três,
não vou a lado nenhum
(nem sei se quereria realmente ir...)
na verdade está-me a ser difícil caminhar
sem cair,
assim o receio impera
e não espera outra coisa
a não ser que eu o receie

Hoje o dia é de facto de luto
pelo falecer da força que me iludiu
até hoje,
aquilo porque luto
desistiu da luta que travávamos,
não ganhei
nem perdi...
fiquei completamente na mesma
nulidade em que me achei
há capítulos atrás

Espero pela próxima hora
para compravar que nem tudo
é uma questão de tempo
e que são as ilusões que sonhamos
que nos reprovam
e nos retêm