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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

"Moeda de Troca"

Dar para receber
dar sem querer saber
se se fica a ganhar
ou se a perder,
dar porque dando
se tem mais do
que se perde

Dar...
receber o que seja,
receber onde for
enquanto se oferece
outro tanto...

A atitude inversa e
a postura errada
não permite obter nada
quanto mais poder partilhar

Sem dar de si
ninguém possui nada
e o que se obtém é ganho pela metade
que há-de ser perdida
quando outros nos deixarem de dar

Quem dá um carinho recebe
a calma dos acarinhados,
quem oferece confiança
recebe a infinidade de
um sentimento,
quem oferece um momento
recebe a eternidade de uma vida

Dá!...

Enquanto deres estarás
habilitada a receber em dobro
e outras tantas escalas...
Porque de outra forma
chegarei ao ponto de ver
que recebi no máximo
o que nem me permite
te oferecer o mínimo

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

"Espera"

Estou à espera,
naquela que sei ser uma espera
sem termo
o prazo é infinito
e sou absurdo
por aguardar...

Estou sentado e
enquanto isso observo as
trocas de turnos entre
o Sol e a Lua,
na minha casa ou na rua
é igual...
não se está à espera de nada,
mas espera-se...

Estou à espera sentado
e cumpro a frase feita,
não vale a pena aguardar
mas espero só mais um pouco
que se traduz em demasiado,
pelo menos estou sentado
e não canso as pernas
caso tenha de ir ao encontro
do que quer que seja por que espero

Enquanto isto dura
espero que não esperem por mim,
porque estou com a agenda
preenchida de esperas
que tenho a cumprir

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

"Karma"

Soundtrack:  F.E.V.E.R. - Forced + Clockwork





Em dias que o mundo desabe
reconhecem-se as dores antigas
sofrem-se as novas tal como as tidas
com rigor e sem desprimor
das águas passadas

Dos telhados de vidro
sobram cacos das
telhas que se despiram do
medo de cair e ganharam coragem...

Sou mortal e sofro!
implica gritar
implica tremer e ranger os dentes
implica partir a loiça e
rasgar com o sossego
qualquer tratado que existisse,
implica morrer por aquilo que nos matou
e negar que morremos...

Sou óbvio e as feições denunciam-me
anunciam-me antes que possa afastar-me
de apresentações...
Merda prás emoções!!!
Foram elas que me cravaram no peito estas
sensações
e me devolveram as opiniões
das quais julgava não partilhar!!

Em dias que o mundo desabe
não me venham falar que apenas caiu
uma insignificância e
que foi até sorte a instância em que
tudo aconteceu,
se o meu dia desaba eu
quero desabar com ele
eu quero penitenciar-me por ele
apertar-lhe o pescoço e dar conta
de que me asfixio a mim
masndar pedradas ao telhado e
ver-me assim...
sem tecto!
incorrecto!... até mesmo comigo!

Cair nos mesmos desaires
ou em novos é-me igual
conheço os meandros desta
coisa e tal...
ainda que me lixe não me estou a lixar
e ainda sei curar as minhas feridas
auto-infligidas,
não quero as penas
nem quero cá cenas
mais tristes que as minhas...
se hoje estou para lamentar?! pois bem...
é meu capricho e minha vontade
quando eu quiser sorrir
não irei também pedir a ninguém,
posso não mandar no que me acontece
mas vou sempre ditar leis sobre
o que sentir!